Como uso a Substack... para não virar mais um Instagram (na minha vida)
29.06.2025
Substack, para mim, não é uma vitrine, nem me serve para alimentar a ilusão de que tudo o que faço é interessante o tempo inteiro. Já tive isso no Instagram e, honestamente, foi o bastante.
A novidade (nem tão nova assim) é que esta nossa maravilhosa plataforma tem seguido a tendência e já está tomando o rumo das outras redes sociais - que se autoplagiam mutuamente.
Primeiro tivemos a possibilidade de criar podcasts, depois vídeos, entre outros. Até aí, ótimo. Agora, no entanto, a substack oferece (ou tenta enfiar goela abaixo) um aplicativo que só serve para nos desnortear com pequenos vídeos à la TikTok e uma sessão tipo Twitter chamada “home”.
Todo meu ser grita: fuja!
Mas ainda acho que o formato das newsletters vale muito a pena. Para quem cria e para quem consome. Então, quando vi que estava caindo no canto da sereia, comecei a me observar.
É impressionante como somos desenhados para ficar estagnados, libidinalmente investidos no nada, no consumo passivo... na conservação de energia.
Eu já estava começando a usar este lugar como um Instagram 2: a missão. Aliás, você sabe que tudo é passível de se instagramizar, certo? YouTube, Substack, Blue quelle que chose...
Tem certas coisas que, se começo a usar, já sei onde vai dar. Me distraio até perder o fio das horas, das ideias, da vida. Então, prefiro nem entrar.
Por isso, queria deixar aqui os meus truques para evitar o que chamo de caos de mim mesma diante da substack.
Lá vai:
Não entro na home. A “casinha” é feira. É Uruguaiana... é pior que a Uruguaiana. Tem meia dúzia de coisa boa. A maioria é só ruído.
Se entrar na tal home, entre com uma missão. Uma vez na semana, se muito. E com o propósito único de descobrir alguém escrevendo algo que me pegue. Não olho foto. Não olho post de desabafo, de meme, de foto linda (isso me tenta). Mas eu tento focar e ficar só nos links para as textos das newsletters mesmo.
O botão de “play” nem vejo. Eu não estou aqui para me perder nesse TikTok dos desesperados.
Os quatro quadradinhos são interessantes, mas é bom sempre ser honesto. Eu acabo tendo que sempre rever quem estou investindo a minha atenção e tempo. Tento ser real oficial e realmente parar para ler os textos, pensar por que a pessoa está escrevendo, visitar as página para ter um apanhado geral... Acho que é aí que a Substack abre portas para descobrirmos escritores e criadores fora da caixinha capitalista dos grandes números. Tem gente com um monte de coração escrevendo porcaria, mas texto ruim tem dessas - ele se mostra com verdade. Se você for medíocre escrevendo, não enganará ninguém. Nem a si mesmo.
No mais, foco em montar minha curadoria de newsletters. Aquelas que quero receber por e-mail, sem acessar nenhum aplicativo. As que espero com ansiedade e alegria para vê-las aparecer na caixa de correio. E, mesmo que a pessoa escreva sobre algo que não me interessa diretamente, gosto de ver como ela pensa, como escreve, o que move a atenção dela.
Conclusão
Eu uso a Substack como um espaço de pausa. De escrita que não precisa ser viral, bonita, curtida ou comentada logo em seguida. É um lugar e um meio em que posso elaborar, digerir, errar e voltar depois.
Um espaço em que os assuntos não precisam caber numa imagem ou numa sequência de stories que desaparece em vinte e quatro horas.
Aqui, o tempo é outro.
Quem chega no Notas, lê. Quem gosta, fica. E quem responde, parece que pensou e maturou um pouco mais os pensamentos. Gosto disso.
Não escrevo para crescer audiência. Escrevo para encontrar companhia. Uso a Substack para manter o pensamento em movimento.
Então, se esse texto chegou até você, talvez seja porque também anda com pouca paciência para o modus operandi das redes sociais, mas com muita vontade de ler coisas não tão acertadas, feitas à mão.
Seja bem-vindo/a/e ao Notas de Afeto.
Oi, Rapha na linha. Se você se tornar um assinante poderá aproveitar publicações com temas como amizade, vida desacelerada, carreira criativa, maturidade, entre outros.
Se quiser ser um membro (assinante pago) terá acesso a TODO o meu conteúdo, incluindo vídeos sazonais e o meu projeto deste trimestre: “Diários (Quase) Abertos”.
Está querendo um afeto? Clique para assinar e vamos lá…
AMEI! Comecei a desapegar das redes sociais tem uns 4 dias (isso porque eu já não ficava muito, mas estava sentindo que o conteúdo da minha mente estava repetitivo, estava perdendo a incrível habilidade criativa), tracei novos planos e estou conseguindo seguir — o que tem me deixado muito feliz— e acabei encontrando esse lugar! Quando vi a estrutura do aplicativo me decepcionei um pouco com esse "explorar" chamado de home kk, lendo só um pouquinho já estou vendo várias pessoas pedindo seguidores, e sei que se todos se seguirem ao final não vão acompanhar nada, então assim como você tenho filtrado bem o que vou consumir porque se não meu objetivo irá ladeira abaixo. Obrigada por compartilhar com a gente suas estratégias 🤍
Fantástico! Gratidão pelo o seu tempo e investimento em compartilhar esse ensinamento!