Ontem fomos a Canterbury. Eu e a tal da visita querida (aquela do British Museum).
Dessa vez, ele não chegou apenas com livros na mala, mas com uma melancolia elegante:
“Esta é a minha última vez na Europa.”
A última vez está acontecendo desde 2009.
Gosto do seu ar dramático e me divirto com suas afirmações pouco prováveis, mas definitivas.
Como quando diz, com certo humor, que não nasceu straight… nasceu errado.
Foi em um momento desses, cheio de certezas, mas já com alguma fragilidade e cansaço (típico de fim de viagem), que a minha visita se pegou comigo, numa terça-feira à tarde, dentro da catedral de Canterbury.
Estava intrigado com a história do santo Becket. Mártir inglês, morto ali mesmo, entre colunas da igreja, por ordem do rei, seu “melhor amigo”. Ou, segundo alguns, seu grande amor. Talvez os dois. Talvez uma coisa tenha sido a outra, como quase sempre é.
A visita, num impulso, decidiu que deixaria um bilhete na catedral. Não qualquer bilhete…